quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Recebidos - Ernany RVM

"Na Terra Preta é que Nascem as Árvores com os Melhores Frutos"





A primeira impressão que tive quando peguei o CD de Ernany RVM, recebido por nós na sexta-feira (12), foi de que, caso o play fosse acionado, eclodiria uma revolução.
Depois de viajar cerca de 1.454,96 km de distância, de Fortaleza até a CasArte/Estúdio 1,2&J.A, em São Paulo, o trabalho, finalmente, pode repousar em nossas mesas. Rasgamos o envelope branco e o deixamos descansar da viagem.

Como é de costume, algo começou a cutucar, escuta e escreve, dizia a voz.
E assim fiz.

De cara, 17 personalidades ilustram a arte de capa do CD.
Em meio a nomes da história das revoluções sociais do nosso tempo e músicos conhecidos, nasceu as 13 faixas deste belo trabalho.
Inspirados no funk de James Brown, arranjos que lembram os instrumentais do Michel Jackson, além das levadas de baixo, confesso: caí do cavalo. Pensei que as caixas do meu  aparelho de som iriam estremecer com os beats supostamente pesados, mas foi o contrário.

Cadê as pancadas? Claro que o CD não é inteiro assim, mas a ausência de batidas pesadas fez eu mergulhar no inusitado. E foi muito melhor. Eu pude "get down" (sentir a música) com esse som, dançar e, ao mesmo tempo, não perder a qualidade da poesia.

O CD reverencia revolucionários do nosso tempo como, Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência contra a escravidão. Além de Nelson Mandela, ícone da luta contra o Apartheid, período de segregação racial na África do Sul por uma minoria branca.
Traz também rappers consagrados como GOG e Mano Brown, além de Elza Soares, homenageada pelo próprio CD em uma das faixas. Todos eles não estão ali à toa, há conexões entre as letras e as personalidades da capa.

Pois bem, nesta pirâmide de "revolucioartistas", Ernany RVM, vem em primeiro plano, rosto limpo, sem ostentação, carente dos estereótipos dos rappers americanos, instrumental americanizado, sim, mas com a pegada brasileira, referência a Zumbi, estampado em sua camiseta cinza.
Na contracapa, um tom feminino reforça a revolução, Isabel Gueixa, esposa, presente em várias faixas deste trabalho.
Por outro lado, a tipografia do título é confusa, as palavras são ilegíveis para uma leitura à primeira vista, minha mãe teve dificuldades para ler. Ela é público. O nome do artista se mistura com o fundo creme, não grita, achei um tanto apagado.

Mas enfim, de certo que a capa é uma aula de história, o ponto de partida para descobrirmos quem são esses homens e mulheres que RVM admira.

AS FAIXAS.
Desta vez, não quis escolher uma faixa aleatória. Deixei que o leitor do aparelho de som deslizasse do zero até os 37 minutos de abertura que marca o inicio do CD.
O tema que abre o trabalho é uma reportagem do SBT. A âncora  do jornal faz comentários favoráveis à redução a maioridade penal, combustível para que RVM abuse dos contrapontos sobre o tema.
Como pano de fundo, um acorde em DÓ Sustenido, salvo engano, variando para os médios do piano, criando uma atmosfera tensa.
"Pena é castigo, pena é resposta do estado ao crime cometido", diz a jornalista em seu comentário. RVM contrapõem, rebate que os infratores são vítimas de crimes sociais cometidos pelo Estado.
"O que ele teve? Dentro de um sistema racista, manipulador e sangrento". A introdução tem por base a reflexão, e não o apelo noticioso, tendendo para o debate mais profundo das raízes da violência, bela abertura.

No que se refere aos beats, é preciso cautela, carece de timbres mais vivos, o arranjo está bom, mas acredito que ainda não faz jus aos talentos registrados neste CD. Creio ser preciso alguns ajustes de tonalidade no refrão, mas isto não declina o teor deste trabalho, tampouco a força com que as letras explodem.
Os interlúdios, faixas 06 e 10, trazem uma poesia muito bem construída. Achei a poesia de uma riqueza espetacular. O simples é o bonito, e cabe na cabeça do povo, clima de sarau.

MINHAS FAVORITAS.
Fiquei em dúvida, de um lado temos a faixa 09, "Mesma Tecla", com guitarra marcante, refrão inteligente e de fácil compreensão. Perco o fluxo do texto para dizer que minha cabeça imaginou uma apresentação com banda completa. "Na perifa ostentar só se for o drama, de quem luta todo dia para sair da lama".

Agora volto para cá. A participação de Xavier, Vilão e UH Neto, deu um tom mais brasileiro e a levada ficou show, parabéns.

Agora a música "Pôr do Sol", faixa 11, com o sampler de Lilás, do Djavan, foi uma grande sacada, mostrando que suas raízes não são apenas o funk americano, o MPB também deu seu brilho, "eu quero ver o pôr do sol", esse som dá um frescor ao CD. O tom e a harmônia casaram muito bem.

Ops...Não poderia deixar de falar da participação da cantora, Isabel Gueixa, bela voz, invejável. Timbre forte, grande potencial a ser explorado, lindo.

No mais, parabéns pela sua obra. De verdade.
Tenha certeza que seu trabalho "vai ser mais" do que cantar, pois tem um objetivo muito maior, você contribui para a justiça social. Hoje, aprendi que NA TERRA PRETA É QUEM NASCEM AS ÁRVORES COM OS MELHORES FRUTOS. Abraços.


Quer um artigo de Rafael Teixeira sobre seu trabalho?
Envie para 1,2&J.A
umdoisejaoficial@gmail.com e adquira o endereço físico.

Na Terra Preta é que Nascem as Árvores com os Melhores Frutos (2016)
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Bastidores Gravações

Videoclipe "Entretantos" 













Videoclipe "ENTRETANTOS"
Jorge Versannu

Produção Musical SET/Estúdio Duck Jam

Direção e Roteiro
Alline Leal (Ella)

Análise Poética
Dona Vera 

Produção de Videoclipe 1,2&J.A
Assistente de Produção Jaqueline Lemes (JPL)

Imagens Digital Scenes
Gerson Castro (DJ Tattoo)
Juliana Candido

Direção de Imagens
Alline Leal (Ella)

Fotos 1,2&J.A

Montagem e Finalização
Alline Leal (Ella)

Participação Especial Rafael Teixeira (Féll)
Convidados Luiz e Elias
Locação Marcio


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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Recebidos - WZY

"Meu Ponto de Vista"


Zica na rima e Zica na base, ele Wzy, rima o seu Ponto de Vista e faz estremecer os falantes com seus beats, os graves da sua produção entram em harmonia com sua voz e o resultado é o RAP autêntico.
Recomendamos o "Trampo" WZY é rajada sonora.
Estamos no aguardo do EP "Visão Noturna"
Valeu Wzy.

Participações: MaxB.O, TWI5T, Redniggaz, Bitrinho, Rincon Sapiência, Akan, Eltin, Tioted, Terra Preta, Rodrigo Tuchê, DJ Caique e Insane Tracks Remix.
17 Faixas produzidas exclusivamente por WZY.




sábado, 6 de fevereiro de 2016

Recebidos - RDC

RDC - Rapper's
Respeito  Dignidade Consciência






Com beats pesados e rimas autênticas, RDC mostra neste álbum a facilidade em falar sobre diversos problemas que persistem nas comunidades brasileiras, a fé e a motivação correm na veia, mensagens de otimismo estão na música "A Vida me Ensinou" (Faixa 6). 
Eliza Maria a quebrada dos manos foi homenageada  e recebeu um toque especial na mistura do RAP com o Samba na música Eliza Querida (Faixa 2).
Parabéns RCD, valeu!

Gravado e Mixado em SET Estúdio/Duck Jam
Produção: RDC, Rogério Oliveira Pessoa, Duck Jam e Dj Vandi
Percussão Rogério Sorriso
Cordas: Rodrigo Costa e Juscy Melody
Participações: Betinho Carlos, Grupo Abalo.K.MC, Jenny Équix, Mano Choquito, Markão DMN, Nego Jam, Duck Jam, Lakers e Pá, K-paz Art-e, Didi WRM, Vras77, Preto Aplick e Consciência Humana.
Fotos Vras77
Arte da capa Gerson Castro/Digital/Scenes
Contatos para show (11) 3983 4051
heliordc@hotmail.com


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Recebidos - David Beat

Fanzine - Desconexões Neurais









"Arte pra quem?
Imagine as imagens impossíveis de M.C Escher, imaginou?Agora se indague se seria possível dentro de nossa realidade. Enquanto pensa sobre Escher, veja ainda Salvador Dalí misturando algumas cores em tons vermelhos, amarelo e roxo para compor uma nova obra, e enquanto você visualiza, se pergunta:”por que estas cores?”.  Ainda seguindo o fluxo de seu pensamento, veja Basquiat pintando furiosamente sobre um muro, rabiscos indecifráveis e entre estes rabiscos você enxerga claramente as palavras em relevo – SAMO IS DEAD – faz algum sentido pra você?
O que a arte quer comunicar afinal? Qual a linha tênue que separa realidade/fantasia? O que o artista projeta como arte é um reflexo de seu inconsciente;  um complexo da mente consciente? Seria a arte uma forma de autocomunicação com o eu-primitivo, ou mero esteticismo de seu autor?
Talvez você até chegue à conclusão de algumas respostas, mas será que existe conclusão para algo tão indefinido?
Lembro de ter lido duas sentenças de Oscar Wilde no prefácio do livro, o retrato de Doria Gray que diz:”Revelar a arte, esconder o artista é a meta da arte.” “Não há artista mórbido, o artista pode expressar qualquer coisa”
Sim, o artista pode expressar qualquer coisa."

Por David Beat em Desconexões Neurais de 2015, página 01 de 20.

Segundo David Beat ele não é um artista, faz arte, não é escritor, escreve, apenas expressa ou tenta de sua maneira. 
Em seu fanzine Desconexões Neurais nos faz mergulhar em formas, traços, vazios, na solidão que nos acompanha, que nos transforma, de maneira doce e fantástica, colocando-nos dentro do equilíbrio de seus traços seguros e tão coerentes quanto um sonho nos pode ser, em um jogo de palavras não ditas e símbolos indecifráveis.

Fanzine recebido em CasArte/Estúdio 1,2&J.A, valeu!!!